A Justiça Militar do Espírito Santo absolveu, nesta sexta-feira (12), cerca de 2 mil policiais militares que respondiam por participação na greve da corporação em 2017. O julgamento, que durou três dias, concluiu pela desclassificação do crime de motim para recusa de obediência — delito que já estava prescrito.

Com a decisão, todos os militares foram absolvidos. O processo envolvia oficiais e praças que, à época, aderiram ao movimento que paralisou a segurança pública do estado por mais de 20 dias, gerando uma onda de violência, saques e aumento no número de homicídios.
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), responsável pela acusação, anunciou que vai recorrer da decisão. Em nota, a instituição afirmou que as provas apresentadas são contundentes quanto à prática de motim e que a atuação do órgão busca preservar a ordem jurídica, respeitar as instituições militares e evitar que episódios semelhantes voltem a ocorrer no estado.
Durante a paralisação de 2017, familiares de militares bloquearam a saída dos batalhões, impedindo que policiais fossem às ruas. A mobilização resultou em um colapso da segurança pública, com registros de centenas de mortes, além de saques e assaltos em diversas cidades capixabas.
O julgamento desta semana encerra um dos capítulos mais polêmicos da história recente do Espírito Santo, mas reacende o debate sobre a responsabilidade dos militares em situações de crise e os limites das manifestações em instituições armadas.













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