A família de Ashley Leppaus, de 9 anos, denuncia que a menina morreu após passar por três atendimentos na rede pública de saúde da Serra, na Grande Vitória. O caso ocorreu entre os dias 19 e 21 de outubro e está sendo apurado pela Secretaria Municipal de Saúde.
No domingo, 19 de outubro, Ashley deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Castelândia com queixas de dor abdominal. Ela realizou exame de sangue, recebeu diagnóstico de gastroenterite, foi medicada e liberada. A orientação era retornar apenas se os sintomas persistissem. Na segunda-feira, 20 de outubro, com piora no quadro, a mãe procurou a UPA do Hospital Materno Infantil em Vitória. A menina recebeu pulseira verde, que indica baixa prioridade, e novamente foi liberada sem exames complementares. A mãe afirmou que alertou os profissionais sobre a possibilidade de apendicite, já que teve o mesmo quadro na infância, porém a hipótese foi descartada na unidade. Um vídeo registrado na sala de espera mostra a criança visivelmente com dor. Na terça-feira, 21 de outubro, houve agravamento. Ashley apresentou vômito e desmaiou em casa. Ela foi levada desacordada de volta à UPA de Castelândia, onde passou por reanimação e foi transferida para o Hospital Infantil de Vitória. A família relata que houve nova tentativa de reanimação e intubação, porém a menina não resistiu.
Parentes alegam que a morte poderia ter sido evitada caso a suspeita de apendicite tivesse sido investigada desde o primeiro atendimento. Eles atribuem o desfecho a falhas na triagem e na conduta médica.
A reportagem questionou a Prefeitura da Serra sobre três pontos: se há investigação interna nas duas unidades envolvidas, se o médico que realizou o atendimento atuava sob supervisão, e quais são os critérios de reavaliação para pacientes que retornam com piora do quadro clínico. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesa) informou que as unidades foram notificadas e que uma apuração interna foi instaurada para esclarecer o caso. A pasta não detalhou prazo para conclusão. A família aguarda o resultado do laudo médico e afirmou que pretende acionar a Justiça.













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