O assassinato do professor de jiu-jítsu, educador físico e motorista de aplicativo Thiago Louzada Charpinel Goulart, de 43 anos, chocou a cidade da Serra no início de 2025. Ele foi morto a tiros no dia 3 de janeiro, em uma emboscada no bairro Vila Nova de Colares. O crime, segundo a Polícia Civil, foi lanejado pela própria sogra, Vanda de Oliveira Rosa, de 54 anos, que chegou a filmar e compartilhar nas redes sociais imagens do corpo da vítima poucas horas depois da execução.
O delegado Rodrigo Sandi Mori, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, classificou a atitude da sogra como “de uma frieza inexplicável”:
“Poucas horas após o crime, em vez de chorar ou procurar ajuda, estava espalhando imagens do corpo do genro morto”, afirmou.
Conflitos antigos e disputa pela guarda
O atrito entre Vanda e Thiago vinha de anos. Em 2018, a esposa do professor — filha de Vanda — morreu dias após dar à luz, vítima de complicações de uma pré-eclâmpsia. Desde então, a neta ficou sob os cuidados da avó materna, o que gerava constantes brigas entre sogra e genro.
A relação ficou ainda mais tensa quando Thiago entrou com pedido de guarda definitiva da filha, hoje com seis anos. A criança vivia em meio a discussões sobre sua criação: o pai não aceitava que ela usasse maquiagem, salto alto e participasse de redes sociais com danças inapropriadas para a idade.
Segundo as investigações, para impedir que Thiago conseguisse a guarda, Vanda procurou o chefe do tráfico da região, Luiz Fernando Moreira Souza, o “Mancha”, e afirmou falsamente que o genro abusava sexualmente da própria filha.
O DIA DO CRIME
Na tarde de 3 de janeiro, Vanda ligou para Thiago, que não atendeu. Em seguida, enviou mensagem dizendo que a filha queria vê-lo. A menina mais tarde revelou que só chamou o pai porque a avó havia prometido uma caixa de bombom em troca.
Ao chegar à casa da família, Thiago foi recebido por Vanda e pela tia da criança. Enquanto conversava, foi surpreendido por dois homens em uma moto. O executor, Higor Reis de Jesus, disparou quatro tiros na cabeça da vítima. O piloto da moto, William dos Santos Pereira, deu fuga após a execução.
FILMAGEM E REPERCUSSÃO
Poucas horas depois, Vanda gravou vídeos do corpo e compartilhou em grupos de WhatsApp, sem demonstrar arrependimento. O delegado Sandi Mori classificou a trama como “covarde e calculada”, destacando o uso da neta como isca para atrair o pai ao local da execucucao
GUARDA DA CRIANÇA
Após o crime, a menina foi encaminhada à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente e passou a viver com os avós paternos. Segundo a Polícia Civil, a decisão buscou preservar o bem-estar da criança diante da tragédia.
iINDICIAMENTO
Foram indiciados por homicídio qualificado (motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima):
Vanda de Oliveira Rosa (54 anos): sogra e autora intelectual do crime.

Luiz Fernando Moreira Souza (“Mancha”, 30 anos): chefe do tráfico e mandante.

Higor Reis de Jesus: executor, responsável pelos disparos.

William dos Santos Pereira (29 anos): piloto da moto e responsável pela fuga.

Além disso, Luiz Fernando, Higor e William também responderão por associação ao tráfico, com aumento de pena pelo uso de arma de fogo.













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